quarta-feira, 19 de novembro de 2003

Uma nova revista sobre cultura contemporânea foi lançada ontem em Portugal. Chama-se simplesmente NADA. Ana Teresa Real, que faz parte da equipe editorial, gentilmente convidou os integrantes do Itaulab para a noite de lançamento em Lisboa. Infelizmente, há um oceano a separar as duas partes. De qualquer forma, a gente gostou do projeto e eles gostaram de CIBERCULTURA. "Colônia" e "metrópole" abraçaram-se no ciberespaço.

João Urbano, o idealizador, define o projeto: Esta revista pretende ser um lugar de experimentação teórica e conceitual de caráter pluri e interdisciplinar, senão mesmo indisciplinar. E, nesse movimento transversal, ir das disciplinas estéticas às científicas. Privilegiamos uma produção teórica híbrida que se arrisca na tentativa experimental, viaja para fora de si e se mistura com o fazer e com o acontecimento em vez de andar no seu rastro tentando conceber categorias que os estabilizem e controlem, mas que logo se vêm desfeitadas pelo que devém. Aqui trata-se de fazer confluir a um lugar as artes plásticas, a filosofia, a arquitectura, a literatura, a bio-arte, a música, a info-arte, as artes perfomatívas, a inteligência artificial, as biotecnologias, as neurociências, a robótica. Escolhemos estas áreas tecno-cientificas em particular, mas não em exclusivo, porque elas estão a ter implicações sociais fortíssimas e levam ao limite a esteticisação da técnica. Umas porque se encontram no cerne dos novos media e dos computadores em particular, as outras porque por um lado implicam o trabalho da arte com materiais vivos, biológicos, como põe em questão a nossa própria identidade genética e ontológica. E para isso não apenas privilegiaremos artistas e pensadores que trabalhem nessa fronteira de cruzamento com a biologia ou com outras ciências como iremos entrevistar cientistas e pedir a sua colaboração, desafiando-os com questões que um colega de profissão nunca lhe poria. Trata-se de uma tentativa mais larga de diálogo.
2:17:22 PM