Ontem aconteceu o último encontro do Interatividades 2003 - Ciclo Arte, Ciência e Tecnologia. Maria Inês Ré, chefe do Laboratório de Tecnologia de Partículas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), fez uma apresentação entitulada "Design de Micropartículas no Mundo dos Produtos Industrializados". Em termos gerais, é uma atividade voltada para a "escultura" de partículas microscópicas com a finalidade de melhorar aspectos como a densidade e a fluidez de matérias primas de remédios, beberagens, etc. No reino microscópico, as coisas precisam estar "redondas" (pun not intended) para que fique mais fácil controlar suas propriedades durante o processo de formação de produtos industriais.

Veja acima a imagem de alguns cristais antes...

... e depois de terem sido modelados. Isso facilita a passagem desta partícula em minúsculos injetores de compressão que produzem os comprimidos farmacêuticos.

Em seguida, discursou o pesquisador da Embrapa Luiz Henrique Capparelli Mattoso, que está desenvolvendo, junto com Alan MacDiarmid (Nobel de Química), sensores gustativos artificiais capazes de mimetizar a língua humana (também chamados "línguas eletrônicas"). Esta tecnologia consegue criar "assinaturas" de milhares de tipos de paladares, como vinhos de diversas safras, cafés solúveis e águas minerais. Segundo Mattoso, a tecnologia complementa o trabalho de sommeliers e degustadores (um aparte: seria a tecnologia ideal para os antigos officier de bouche, serventes que experimentavam antecipadamente comidas e bebidas de reis com o objetivo de verificar se elas não haviam sido envenenadas por inimigos).

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